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Nossos 11 critérios para avaliar os empreendedores

Nossos 11 critérios para avaliar os empreendedores

Investir em empresas nascentes e emergentes, mais do que qualquer outra coisa, é um investimento em pessoas.

Mas como os gestores de venture capital avaliam pessoas?

A seguir, listo os 11 principais critérios que avaliamos em uma equipe de empreendedores e uma breve explicação de quando e como apresentar cada uma dessas características.

1) Preparo e domínio do plano de negócios – Nada é tão fácil de perceber quanto um empreendedor mal preparado. Fica muito evidente, seja na apresentação ou nas primeiras perguntas, o nível de domínio que as pessoas têm do mercado, das necessidades do cliente e da própria empresa. Parece um pouco estranho recomendar isso, mas o empreendedor deve estudar muito o seu próprio plano de negócios. É muito comum fazermos perguntas e não termos respostas, seja por falta de uma simples pesquisa ou porque a equipe não domina as métricas mais básicas. O empreendedor também deve estudar a dinâmica do venture capital, saber o que é e como funciona esse tipo de investimento.

Como apresentar: controle a ansiedade, respeite o processo de cada investidor e responda todas as perguntas sobre o negócio de forma segura.

2) Empatia pessoal e habilidade de comunicação – A comunicação e o relacionamento pessoal são aspectos essenciais da relação empreendedor e investidor, mas muito pouco se fala sobre elas. No final das contas, a sociedade é como um casamento, os dois ficarão no mínimo 4 anos juntos. É importante se darem bem e conseguirem se comunicar.

Como apresentar: seja você mesmo, não tente criar uma persona para falar com investidores. Treine muito a sua apresentação, desenvolva versões de 1, 5, 15, 30 e 60 minutos e pergunte sempre para o seu interlocutor quanto tempo ele tem.

3) Experiências e resultados anteriores Quando o empreendedor possui experiências anteriores no setor ou gerenciando uma empresa, qualquer investidor fica muito mais seguro de seguir com o investimento. Isso diminui muito o risco da oportunidade.

Como apresentar: deixe claro logo no início da apresentação o que você já fez e que já entregou no passado que possa agregar para esse novo empreendimento.

4) Humildade e vontade de aprender – Ninguém sabe tudo, embora alguns candidatos a investimento pareçam acreditar nisso. Como é impossível ter todo o conhecimento e habilidades necessárias para fazer uma empresa crescer muito e muito rápido, é vital que o empreendedor mostre que ainda tem muito a aprender.

Como apresentar: demonstre que você está motivado para tocar a empresa adiante, mas não coloque uma agenda pessoal na frente da saúde da empresa. Quando você não for a pessoa certa para a missão, esteja aberto a contratação de alguém.

5) Capacidade de entrega e comprometimento – Geralmente gostamos de acompanhar os empreendedores por um período de tempo antes de decidir investir. Nesse período, analisamos como a empresa evolui e o quanto o empreendedor se entrega na busca de resultados.

Como apresentar: em toda fase de uma empresa existem metas importantes, seja objetivo e corra atrás delas de forma consistente, informando suas conquistas mais relevantes para potenciais investidores com frequência.

6) Relacionamentos e recomendações – É muito comum que excelentes empreendedores entrem no nosso processo de seleção através de algumas recomendações ao mesmo tempo. Quando pessoas nas quais o investidor confia arriscam a sua reputação para indicar alguém, é muito provável encontrar ótimos profissionais com uma boa oportunidade nas mãos. Além disso, empreendedores com bom relacionamento contratam melhor, captam mais dinheiro e vendem mais.

Como apresentar: busque ativamente recomendações de pessoas próximas aos investidores que você vai abordar e para esses investidores deixe claro quão ampla é a sua rede de contatos e que você está atrás de mais opções.

7) Composição e complementariedade do time – Toda empresa deve ter no mínimo três competências principais: técnica, financeira e vendas. O risco de investir numa empresa nascente diminui muito à medida que essas missões críticas já possuem um responsável.

Como apresentar: não apresente apenas os cargos dos sócios e pessoas-chaves, mas também as responsabilidades e as metas de cada um e há quanto tempo trabalham juntos.

8) Liderança e trabalho em equipe – Mesmo com sócios executivos com participações societárias iguais, uma empresa precisa de alguém que se responsabilize pela liderança, que toque o bumbo e represente a empresa tanto para o mercado quanto para o conselho de administração. Um líder que consiga dialogar entre o operacional e o estratégico e saiba montar um bom time. Geralmente essa função é ocupada por apenas um dos sócios, mas existem situações onde essas responsabilidades são divididas entre dois ou mais sócios.

Como apresentar: apresente formalmente todos os sócios e pessoas-chaves aos potenciais investidores, deixe que eles participem de reuniões internas e percebam como vocês trabalham em conjunto e dividem as responsabilidades.

9) Cultura e perfil das pessoas – Cada vez fala-se mais em cultura organizacional, sobre os valores que norteiam as decisões e as relações entre as pessoas numa empresa. Equipes com culturas sólidas, que atuam conscientemente para fortalecê-las, alcançam resultados muito superiores. Embora não exista um conjunto de valores mais ou menos adequado, investidores gostam de ver fatores ligados ao comportamento empreendedor e à capacidade em assumir riscos.

Como apresentar: caso você já tenha formalizado o código de cultura da sua empresa, ótimo, mostre quando a conversa estiver se aprofundando. Independentemente disso, vale a pena abrir as portas da empresa e deixar o time contar partes dos desafios do dia a dia.

10) Distribuição societária – Além de preferir uma equipe complementar, investidores geralmente gostam de ver que, nos estágios iniciais, os fundadores têm a maior parte das ações da empresa, e que elas estão bem distribuídas, sem distorções e carregamentos excessivos. Geralmente se recomenda que os fundadores permaneçam com mais de 50% até a terceira rodada de investimento, depois do anjo e do capital semente.

Como apresentar: não tenha medo de explicitar os percentuais de cada sócio já na apresentação inicial ou pitch deck.

11) Educação e capacitação – Embora menos importante que a experiência e resultados anteriores, o histórico de formação dos profissionais envolvidos pode ajudar a mitigar alguns riscos e validar determinadas competências.

Como apresentar: mantenha seu perfil no Linkedin atualizado e, caso você possua uma formação muito relevante para o negócio, especialmente nas áreas técnicas, deixe claro desde o início.

Autor: Rodrigo Ventura de Oliveira.

Rodrigo Ventura de Oliveira

Sou fundador e diretor da Escola do Financeiro, onde ajudo profissionais da área financeira a se tornarem protagonistas estratégicos através de cursos, workshops e networking. Fui gestor de Venture Capital por 10 anos com experiência no mercado brasileiro de investimentos para micro e pequenas empresas de alto crescimento.