Empreendedorismo: Arte ou Ciência?
Você já ouviu falar de um jovem genial no Vale do Silício que teve uma ideia brilhante, criou um site, levantou capital de fundos de investimento e depois de alguns meses já tinha milhões de usuários?
É bastante comum a percepção de que empreender é uma arte destinada apenas àqueles que estão no local certo, possuem um talento inato e são brindados por uma ideia genial. Tal como um pintor ou escritor, bastaria ao empreendedor lançar sua obra-prima que seus clientes surgiriam de todos os cantos.
Para corroborar esta ideia, não faltam exemplos como o Facebook e o Instagram, nos quais estudantes universitários, do dia para noite, tornam-se proprietários de empresas bilionárias.
Entretanto, é um equívoco a ideia que que empreender é uma arte. Abrir uma startup deve ser entendido como um processo, no qual métodos e ferramentas podem ser aplicados para maximizar as chances de sucesso.
Nesse sentido, a grande novidade no campo das startups é a recente sistematização de uma série de conceitos e metodologias como Lean Startup, Business Model Canvas e Customer Development.
A aplicação destas ferramentas permite a maximização das chances de sucesso das startups, reduzindo a participação do acaso ou da sorte no destino das empresas.
Como colocar estes conceitos na práticas? Em primeiro lugar, comece a partir da identificação de problemas reais. Procure identificar nos mercados que você conhece quais são os tipos de problemas comuns a empresas ou pessoas.
Com isso em mente, passe a buscar soluções baseadas em novos modelos de negócios ou tecnologias que possam ser aplicadas para resolver aquele problema. Interaja com os potenciais clientes para validar este aprendizado.
A partir deste ponto, esqueça a ideia de criar um produto por meses e só depois levá-lo ao mercado. Estabeleça um ciclo de Construir-Medir-Aprender, no qual o esforço de construção de sua solução é sempre o mínimo possível para que o aprendizado possa avançar.
Seguidos estes passos, você terá construído uma startup a partir da demanda dos clientes, e não um produto em busca de um mercado. Trata-se de trabalho duro, de medição e ajustes constantes e, acima de tudo, muita interação com clientes. Mas uma coisa é certa: suas chances de sucesso são muito maiores do que esperar pelo insight da ideia milionária.
Autor: Rafael Assunção – artigo originalmente escrito para a Sustentare Escola de Negócios